Wednesday

os fatos superam as palavras. o tempo supera a linguagem.
ok, esta é a lição de casa. e qual a idéia superior por trás do obvio?
nenhuma. a erudição é nula, não tem.

se ficar adulto significa aceitar as coisas que não gostamos, assumir a imaturidade deveria facilitar a convivência com as dores. não das dores de todos os dias, das que são poucas mesmo; das quais a gente precisa ter crédito com deus para superar. tem coisa que impede a gente fechar os olhos à noite, que faz a gente explodir de respeito e amor pelos que já temos respeito e amor. essas coisas nos põem em lugares novos que ao mesmo tempo em que são os mais visitados por todos os que vêm antes de nós, também parece que ninguém reconhece as suas paredes e cores. são mais desconhecidos à medida que os visitamos - nós: homens, significa.

eu sinto necessidade de novos ares, de novos autores, de novas canções. mas eles precisam esperar até que me encontre melhor. não totalmente, mas um pouco mais do que é tocar nuvens de lágrimas ou pisar num colchão vazio. preciso tirar o pé do acelerador, sossegar. me encontrar na ausência, esperar... eu não quero o ermo, mas preciso de um tempo;

mas também não invejo figura nenhuma, acho que nem busco a minha própria. e é por isso que existe desafio nesse escapismo. existe a busca pelo novo, o que é natural, mas que o novo sejam os fatos, não as palavras; que novo seja o tempo, não os gritos.